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segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Monologo: O dia que eu morri

Eu me lembro bem do dia em que decidi que tudo acabaria. Ah, o dia em que eu morri. Não foi uma morte comum, daqueles que se esperam em contos trágicos ou dramas de época. Não. Foi uma morte silenciosa, uma decisão ponderada em meio ao turbilhão de uma vida que já não me fazia sentido. Sabe, há dias em que a vida se torna um fardo tão pesado que parece que você não tem escolha a não ser entregá-lo para o destino. Eu estava exausto de me esforçar para agradar, de lutar por reconhecimento de quem nunca acreditou em mim. As palavras de desencorajamento eram como fachadas, e cada vez que eu tentava me levantar, era como se alguém puxasse o tapete. Então, naquela manhã cinzenta, eu decidi: "Hoje, eu morro." Não foi um ato impulsivo. Não houve lágrimas ou despedidas dramáticas. Não houve um adeus formal a uma vida que já não me preenchia. Eu simplesmente parei. Parei de lutar, parei de buscar aprovação, parei de explicar meus sonhos para quem nunca quis entender. Morri para essas pessoas, para essas opiniões que nunca desenvolveram, mas apenas me seguraram no fundo do poço. Para eles, eu era apenas mais um fracasso em potencial, um nome a ser esquecido. E, para esses, eu realmente morri. Não foi um ato impulsivo. Não houve lágrimas ou despedidas dramáticas. Não houve um adeus formal a uma vida que já não me preenchia. Eu simplesmente parei. Parei de lutar, parei de buscar aprovação, parei de explicar meus sonhos para quem nunca quis entender. Morri para essas pessoas, para essas opiniões que nunca desenvolveram, mas apenas me seguraram no fundo do poço. Para eles, eu era apenas mais um fracasso em potencial, um nome a ser esquecido. E, para esses, eu realmente morri. Mas veja, o paradoxo: no momento em que decidi morrer para todos esses olhares críticos, eu comecei a viver verdadeiramente. No exato momento em que me afastei de quem me definia por suas limitações e desdém, comecei a descobrir uma liberdade que nunca conheci antes. Minha vida, antes contida, agora se expande. Projetos que foram fadados ao fracasso começaram a ganhar forma, e sonhos que estavam engavetados finalmente se concretizaram. É engraçado, não é? A morte pode ser libertadora. Não a morte física, não o fim absoluto. Mas a morte simbólica, a morte para os padrões e expectativas que nunca eram meus. Quando eu morri para quem não me apoiava, comecei a renascer para mim mesmo. E agora, quando as pessoas falam de mim como se eu tivesse desaparecido, eu rio. Porque, na verdade, fui eu quem decidiu dar um passo para fora daquela pequena caixa que me tentou colocar. Eu morri para ser livre. E, paradoxalmente, esse ato de morte me deu uma nova vida. Uma vida que eu vivo agora, não mais pelas expectativas alheias, mas pelas minhas próprias escolhas e realizações. Então, se perguntarem, pode dizer que sim, eu morri. Mas essa morte, essa morte simbólica, foi a maior prova de que eu estou mais vivo do que nunca estive. E esse é o tipo de vida que vale a pena viver.